São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
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Sindicalista sugere 'Proer da indústria'

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O sindicalista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, acha que o aumento do desemprego formal no Brasil é causado por dois fatores: uso de novas tecnologias de produção e a política econômica do governo.
Paulinho critica particularmente os efeitos do segundo fator, destacando como inimigos do trabalhador os juros altos, a redução de tarifas de importação e a defasagem cambial (política de valorização do real frente ao dólar).
Os metalúrgicos têm sugestões para combater o desemprego tecnológico. A principal delas é a redução e a flexibilização da jornada de trabalho.
Para enfrentar o desemprego causado pela política econômica, Paulinho sugere a redução dos juros como meio de incentivo a novos investimentos das pequenas e médias empresas.
Um solução prática, diz Paulinho, seria a criação de uma linha de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com juros baixos.
O sindicalista defende também o aumento de tarifas de importação em alguns setores que, diz, "estão quebrando", entre eles autopeças, máquinas e equipamentos.
Ajuda
Inspirado no socorro do governo aos bancos, Paulinho sugere a criação de um "Proer da indústria", um mecanismo para reestruturar e incentivar as indústrias a manterem o nível de emprego.
Lembrando que, se o governo tivesse colocado na indústria um terço dos R$ 13 bilhões usados no Proer, "haveria falta de gente para trabalhar em São Paulo".
Segundo seus cálculos, seriam gerados 1,5 milhão de empregos para um total de 1,3 milhão de desempregados.
Sobre o câmbio, Paulinho acha que o governo está começando a encontrar a solução com o "projeto Kandir" -a desoneração do ICMS das exportações, aprovado esta semana pelo Congresso.
(ACS)

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