São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
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UDR do Pontal vai combater sem-terra

LUIZ MALAVOLTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MIRANTE DO PARANAPANEMA

Cerca de 300 fazendeiros ddo oeste paulista -das regiões de Presidente Prudente, Araçatuba e Barretos-, reunidos ontem de manhã na fazenda Santa Rita, em Mirante do Paranapanema (a 640 km a oeste de São Paulo) anunciaram a recriação a UDR (União Democrática Ruralista).
O objetivo é fazer frente às invasões organizadas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Também em uma demonstração de força, cerca de mil sem-terra concentrados em frente à fazenda Santa Rita fizeram uma manifestação pedindo mais rapidez na reforma agrária. Enquanto isso, o MST realizava uma nova invasão em Euclides da Cunha (SP).
Os fazendeiros chegaram à fazenda Santa Rita, pertencente ao pecuarista Marcelo Negrão, em cem veículos, vindos de Presidente Prudente (SP). A Polícia Militar montou uma espécie de cordão de isolamento em frente à entrada da fazenda para dar-lhes proteção.
Os policiais fizeram o bloqueio da rodovia que liga Teodoro Sampaio a Sandovalina, identificando os ocupantes dos veículos.
O pecuarista Roosevelt Roque dos Santos, ex-presidente da antiga UDR (dissolvida em 1994), foi indicado pelos fazendeiros como o presidente provisório da nova UDR, que terá sua sede nacional em Presidente Prudente. A formalização será feita nesta semana.
"Vamos cobrar do governo, via UDR, um basta ao desrespeito da lei. Reforma agrária não é expropriação de patrimônio particular", afirmou Santos. Para ele, o governo de São Paulo está tendo uma "atuação nefasta" na condução da reforma agrária na região do Pontal do Paranapanema.
O coordenador estadual do MST, Felinto Procópio, o Mineirinho, disse que a criação da UDR não intimida os sem-terra. "A sociedade conhece bem a UDR e seus métodos violentos. Cabe às autoridades tomar as medidas para impedir que a UDR faça vítimas pelo país", declarou Mineirinho.
Santos disse que a decisão do fazendeiro Negrão de manter na Santa Rita seguranças armados para impedir invasões é uma atitude de defesa do patrimônio. "Os banqueiros mantêm seguranças armados protegendo suas agências e ninguém reclama disso. É claro que nenhum fazendeiro vai desrespeitar a lei ao manter seguranças em suas propriedades".

LEIA MAIS sobre a invasão no Pontal do Paranapanema na páag. 1-14

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