São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
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Buzinam na frente de casa

DA REPORTAGEM LOCAL

Buzinar na porta da casa delas é a pior maneira de se anunciar. Para essas mulheres, o sujeito que não usa o interfone, ou a campanhia, demonstra até falta de caráter.
"Imagino um mal-educado desses cometendo uma porção de outras infrações", diz a decoradora Cláudia Figueiredo, 31. "Onde já se viu chamar a namorada como se ela fosse um cachorro?"
Cláudia diz que já passou por isso e que foi "o começo do fim." "Não terminei tudo ali por pouco. Me decepcionei bastante."
Ela compara a buzinada na porta de sua casa com uma série de outras "descortesias".
"É a mesma coisa que passar na minha frente, quando estou entrando em algum lugar, ou deixar de abrir a porta do carro para mim", afirma.
"Pode parecer machismo dizer isso em plena época da emancipação da mulher, mas esse tipo de gentileza básica deveria ser para sempre", acredita.
Gênio ruim
A professora Maria Cecília Nunes, 34, ficou com "horror" a buzinas por causa de um ex-namorado "de gênio ruim".
"Ele preferia buzinar a falar com minha mãe, mesmo que fosse pelo interfone", lembra. "Os dois se odiavam, e eu é que ouvia."
Cecília diz que, para piorar, ela é do tipo que demora horas se arrumando. "A rua inteira conhecia meu namorado."
Com a estudante Suzana Leme, 20, quem se aborrece é o sujeito que buzina.
"Me arrumo com o som nas últimas", diz. "O cara tem de subir e ainda tocar muito a campanhia."

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