São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
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Ativista compara mendigos a sem-terra

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DE PARIS

"É vergonhoso que um país que seja a quarta potência econômica mundial não consiga lidar com seus pobres", afirma o cancerologista Léon Schwartzenberg, 62, famoso na França por seu trabalho científico e pela defesa dos direitos humanos.
Ele compara a situação francesa à brasileira. "O problema dos SDFs é o mesmo dos sem-terra no Brasil", diz. "É o mesmo combate. As pessoas têm direito a um lugar para viver."
Para ele, a França está se tornando um país com uma profunda marginalização social. Ele cita os casos dos mendigos, do contingente de 3 milhões de desempregados e dos imigrantes ilegais.
Schwartzenberg diz que as leis antimendigos são uma tentativa dos partidos políticos abocanharem uma fatia do eleitorado da Frente Nacional -partido de extrema direita notório por suas posições contrárias à imigração.
'Medidas eleitoreiras'
"São medidas eleitoreiras. Mas elas não vão conseguir ganhar os eleitores da Frente Nacional. Eles vão continuar a votar na FN", diz.
Schwartzenberg lembra que a legislação francesa proíbe leis contra a mendicância. E critica o presidente Jacques Chirac, que se elegeu prometendo lutar contra a "fratura social".
"Desde que ele chegou ao poder a situação só se agravou. Em uma família, quem não cumpre suas promessas é desonrado", afirma.

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