São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítico da mídia edita revista

The Wall Street Journal
de Nova York

DO "THE WALL STREET JOURNAL"

James Fallows tornou-se nesta semana o editor da revista "US News & World Report". Apesar de mudanças em cargos de direção serem comuns em empresas, esta é das mais interessantes, comenta o jornal norte-americano.
Fallows é o autor do livro "Rompendo as Notícias: Como a Mídia Solapa a Democracia Americana", livro recente que o celebrizou como um agudo crítico da imprensa.
Fallows acha que os jornalistas estão tão preocupados com o processo político americano que não conseguem dar importância aos fatos, principalmente àqueles que ocorrem fora dos Estados Unidos, diz o jornal.
Citando um exemplo atual, Fallows disse, em entrevista ao jornal, que a cobertura da imprensa sobre o ataque americano contra o Iraque se centrou muito mais no efeito das bombas sobre as eleições americanas de novembro próximo do que sobre o território iraquiano, diz o "Wall Street".
"Minha reclamação é que um incansável exagero no processo político e uma surpreendente falta de contexto dá às pessoas um nível de desespero irrealista", diz James Fallows ao diário.
"Essa visão promete sofrer uma grande mudança na 'US News & World Report' -um dos animais mais concentradas em política do zoológico de Washington", disse o jornal.
A revista foi fundada em 1933 por um conservador para cobrir o governo americano.
"Durante a maior parte de sua existência, a revista 'US News & World Report' ficou conhecida por seu conservadorismo e a maioria de seus leitores vive em zonas rurais dos EUA", diz o "Wall Street".
Esse padrão mudou no início da década de 80. O magnata de imóveis Mortimer Zuckerman promoveu a guinada ao comprar a revista, em 1984.
A mudança de editor é para tentar deter a queda de circulação que a "US News & World Report" enfrenta desde 90.
Para aplicar seu ponto de vista à revista, Fallows pretende contratar vários colunistas novos. "Alguns de quem já se ouviu falar e outros realmente recém-chegados", explicou ao "Wall Street". A idéia de Fallows é que "análise inteligente é o que agrega valor. Não Hollywood ou atitude".

Texto Anterior: Agentes secretos iraquianos aterrorizam os curdos de Arbil
Próximo Texto: EUA dizem que proposta para a Síria está mantida
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.