São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
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Os pequenos estão de volta

EDUARDO VIOTTI

Minicarros importados, como o Cuore e o Fiat 500, atacam mercado brasileiro
Carrão: o aumentativo virou adjetivo de carro bom e potente. Agora, isso começa a mudar.
Lançados no pós-guerra na Europa como parte do esforço de reconstrução do continente, os minicarros voltam a atacar. Desta vez, o impulso vem do Japão (e da Coréia), onde cidades superdensas, ruas estreitas e gasolina cara motivam os motoristas a pensar em minicarrões.
Nos anos 50, os Fiat 500, com seus barulhentos motorezinhos traseiros, invadiram a Itália. Na França, o Citroen 2 CV; na Alemanha, o Fusca.
Depois, o status motorizado passou para os carrões até que os japoneses redescobriram, nos anos 70, os keijidoshi, microcarros com motor três cilindros, 660 cc e menores de 3,5 m.
São eles, os keijidoshi, que chegam agora ao Brasil em versões para exportações que incluem motores de até 0,8 litro. Mas não chegam sozinhos. O país já tem o francês Twingo e o Cinquecento.
As importadoras oficiais, que têm melhores condições de oferecer garantia e peças de reposição, não se interessam pela importação dos "pequeninos". As exceções são as japonesas Subaru e Daihatsu (especializada nos carros pequenos), a coreana Asia Motors (que lidera a venda de importados com a sua versão vertical de carro, a Towner Coach) e a francesa Renault.
A razão é a margem de lucro, que não pode ser muito grande em um modelo que deve custar tanto quanto um "popular" nacional. Mesmo assim, importadores independentes trazem o Fiat Cinquecento 1.0 (fabricado apenas na Polônia) e o Daewoo Tico.
Quem mais aposta no segmento é a Daihatsu. Quem comprar o Cuore 97, que começa a ser vendido no final deste mês, vai receber o carro em casa e ganhar a primeira revisão dentro da própria garagem.
A Mercedes-Benz já anunciou que vai fabricar os modelos da série A, tão compactos e tecnológicos quanto o Keijidoshi. A Ford estuda a produção do modelo KA, o "Baby Fiesta", um minicarro de design futurista, que será apresentado no Salão de Automóveis de Paris deste ano.
Os minis oferecem bastante vantagem para quem roda na cidade e viaja pouco.
Seu principal atrativo é a economia de combustível. Chegam a percorrer mais de 20 km com um litro de combustível.
Em questão de segurança, empatam com os tradicionais e ganham em itens como reforços laterais na carroceria e nas portas e na deformação planejada da carroceria em casos de choque.
O desempenho, é verdade, não é brilhante. Mas quem espera tirar rachas com um minicarro?

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