São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 1996
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Depressão reduz imunidade

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das principais células de defesa do organismo -a natural killer, ou "assassina natural"- tem sua atividade reduzida em pessoas com depressão maior -estágio avançado da depressão-, mostra o doutoramento do psiquiatra Gabriel Chittó Gauer.
A natural killer é tida como uma das células mais "primitivas" do sistema imunológico.
Ao contrário de células de defesa mais complexas -que para reconhecer e destruir um agente agressivo ao organismo precisa primeiro entrar em contato com ele-, a natural killer "mata" uma célula doente sem contato anterior.
"Elas atacam células infectadas com vírus ou células neoplásicas (de câncer)", afirma Gauer.
Ao se aproximar de uma dessas células, a natural killer libera uma proteína que perfura sua membrana plasmática, "explodindo-a".
Em seu experimento, Gauer pegou um grupo de 40 pessoas com diagnóstico de depressão maior e outro grupo de 40 pessoas normais, para servir de controle.
Usou critérios como sexo, idade, raça, nível socioeconômico, tabagismo, uso de contraceptivos orais e atividade física para comparar a atividade natural killer.
Depois pegou amostras de sangue de todos e separou os linfócitos -conjunto de células brancas, de defesa. A essas amostras de linfócitos foram misturadas células leucêmicas (tipo de câncer de sangue), com uma substância radioativa injetada em seu interior.
Quanto mais células leucêmicas (doentes) fossem destruídas pela natural killer, mais material radioativo seria liberado na amostra. Um contador de radioatividade mediu, então, essa "destruição".
"Pudemos concluir que a atividade natural killer encontra-se diminuída nos pacientes com depressão maior", diz Gauer.
(FR)

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