São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 1996
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Humor local varia da euforia à tristeza

JAIME BÓRQUEZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Caminhando por Moscou, um observador sensível vai descobrir realidades curiosas e duras.
É comum ver idosos com algum produto na mão. Um pepino, um agasalho, uma cerveja.
A primeira impressão é que estão esperando despreocupadamente o ônibus ou alguém. Que nada. Estão vendendo esses produtos, não dez, nem uma caixa, só aquele.
Nenhum desses marreteiros apregoa seu produto. Só olham, com ar triste e esperançoso.
O russo costuma carregar sempre uma bolsa de plástico. Tem de andar preparado para o caso de achar algum produto interessante ou necessário nos vendedores.
Os russos são bons de copo: as estatísticas indicam que o consumo de vodca é de meio litro diário.
Outra característica é seu gosto pela música, por cantar, contar piadas e divertir-se. Porém têm pavio curto e passam com facilidade medonha da euforia à tristeza, do riso à carranca.
Têm aparência de durões, mas não resistem a uma amostra de afeto. De fato, é comum o beijo entre homens.
Invejável é o gosto pela leitura. No metrô, nos ônibus, nos parques, sempre há gente com um livro na mão.

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