São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Discutir preço é ultrapassado, diz criador

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o pecuarista Silvio Lazzarini Neto, diretor da Lazzarini & Associados Consultoria, discutir preço do boi é coisa do passado. "É como ficar pedindo a Deus para que chova", afirma.
Ele concorda, no entanto, que os custos de confinamento superam a cotação de mercado da arroba.
Sua empresa fez uma avaliação dos gastos do produtor que manteve 2.000 bois confinados num período de 130 dias este ano.
"É uma avaliação pela média. Óbvio que alguns gastaram um pouco menos e outros um pouco mais", avisa Lazzarini.
Mas o prejuízo é certo, diz. O confinador pagou R$ 254,80 pelo boi magro na safra deste ano.
Gastou mais R$ 220,94 por cabeça com alimentação, produtos veterinários, mão-de-obra e custos administrativos e de depreciação.
Assim, o preço do boi magro mais as despesas nos 130 dias totalizaram R$ 475,74.
Considerando-se um animal de 16,66 kg no abate, o gasto do confinador por arroba foi de R$ 28,59.
Lazzarini lembra que o mercado cota a arroba em menos de R$ 24.
"Mas hoje temos de pensar na eficiência. É necessário ganhar na produção e na produtividade."
Ele entende que a pecuária de corte vive o mesmo impasse da pecuária de leite.
"A cadeia da carne é desagregada. Chega a ser primária. Por isso o produto acaba chegando caro ao consumidor", afirma.
Segundo Lazzarini, em dezembro passado os criadores já haviam sido alertados dos altos custos de confinar boi este ano.

Texto Anterior: Custos desestimulam a engorda do boi
Próximo Texto: Crise deixa os agricultores endividados
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.