São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996
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Cultura se alimenta da culinária

ANDRÉA FORNES
COORDENADORA DA EDIÇÃO BRASILEIRA

Assim como respirar, não há quem sobreviva sem comer. Essa necessidade básica faz da indústria alimentícia uma das maiores do mundo, movimentando mais de US$ 1,5 trilhão por ano, só com alimentos e bebidas processados.
O faturamento de algumas empresas em 1994 chegou perto do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um ano) de países como Argélia (US$ 46,1 bilhões) e Irlanda (US$ 48,3 bilhões).
Esta edição do "World Media", que a Folha publica em parceria com jornais e revistas de 25 países, tem como tema "Culinária e Cultura".
Um histórico dos alimentos do mundo a partir de 5.000 a.C. até hoje, os tabus alimentares em voga no momento e os rituais respeitados por cada religião no que diz respeito à alimentação são alguns dos assuntos apresentados nas páginas que se seguem.
Roberte Taureau, "chef" do restaurante Bistrot de Paris, avalia as rações militares de Estados Unidos, Rússia, Portugal, França e Brasil.
O diretor cubano Tomás Gutiérrez Alea, morto em abril passado, comenta as cenas do cinema de sua preferência que fazem alusão à gastronomia.
Claude Fischler, diretor do Centro Francês de Pesquisas Científicas, fala sobre as propriedades nutritivas e culturais da carne. Segundo ele, "a carne é o alimento mais avidamente procurado, mas também aquele que está sujeito às proibições mais rigorosas".
Walter Willett, da Universidade Harvard (EUA), diz que os tabus alimentares serviam para evitar doenças contagiosas, mas recentemente foram criadas regras visando evitar doenças crônicas, como o câncer e os problemas cardíacos.
O "chef" francês Bernard Loiseau dá as receitas minimalistas de sua cozinha d'água, que baniu quase por completo a manteiga, o creme de leite e as gemas, ingredientes da culinária tipicamente francesa.
Além disso, esta edição mostra a cozinha chinesa kasher (preparada de acordo com os preceitos religiosos do judaísmo) de Israel, a dieta do front durante a guerra na ex-Iugoslávia, a alimentação pobre de um país rico, o Japão, e ainda o hábito dos índios brasileiros de comer macaco assado.

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