São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996
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Falta de ofício impede exumação de corpos

Intenção é comparar projéteis com as armas dos acusados

DA SUCURSAL DO RIO

A falta de um ofício do Ministério Público solicitando a presença de legistas do IML (Instituto Médico-Legal) impediu ontem a realização da exumação dos corpos de 17 das vítimas da chacina de Vigário Geral.
A chacina aconteceu em agosto de 1993. A favela, na zona norte da cidade, foi invadida por policiais e 21 pessoas foram mortas.
A exumação havia sido marcada para as 13h. Ao descobrir que o ofício não havia sido enviado, a advogada Cristina Leonardo, representante das famílias das vítimas, ligou para o IML pedindo a presença dos legistas.
Dois peritos chegaram ao cemitério do Irajá (zona norte) às 16h, mas mesmo assim a exumação não aconteceu: os advogados dos policiais acusados de envolvimento no crime já haviam deixado o local. A exumação só poderia ser feita com o acompanhamento de representantes das vítimas e dos acusados.
Cristina Leonardo convidou o perito Nélson Massini para acompanhar a exumação. "Ele foi chamado para que o procedimento seja feito de uma maneira correta."
Há alguns dias, quatro corpos haviam sido exumados. Em dois deles, foram encontrados projéteis de arma de fogo. A decisão de exumar os outros corpos foi tomada para se verificar se outros projéteis são encontrados.

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