São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996
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'Só faço sacrifício de galinha'

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Fábio Cavalcanti Haji, 26, afirma ser "pai-de-santo" há 11 anos. Diz que só "trabalha para o bem" e nega ter pedido o sangue de uma criança aos assassinos de Juceline.
É a segunda vez que ele se envolve em um episódio policial. Em maio último, levou duas facadas de um namorado em Garanhuns. Morava com J.P.S., 14, também acusado pelo crime, seu atual namorado.
"Pai Fábio", como era conhecido, afirma que, como médium, "recebe espíritos de caboclos e pretos-velhos". Ele trabalhava como cozinheiro e também como faxineiro.

Agência Folha - O sr. pediu sangue de criança para um ritual?
Haji - É mentira. Eu só faço sacrifício de galinha. De gente, não.
Agência Folha - Os sacrifícios de galinha são para quê?
Haji - Para limpar espiritualmente as pessoas, afastar as coisas ruins dela, iniciar as pessoas na "umbanda".
Agência Folha - O sacrifício de uma criança seria capaz, em sua opinião, de servir para trazer algum benefício a alguém?
Haji - Acredito que não.
Agência Folha - Que tipo de trabalho o sr. fazia no "terreiro"?
Haji - Trabalhos para abrir os caminhos das pessoas, melhorar a vida delas, arrumar emprego para elas. Eu só trabalho para o bem.
Agência Folha - Por que estão acusando o sr., então?
Haji - Não sei. Eu sei é que confio em Deus e que estou com a consciência limpa.

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