São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996
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Fipe registra inflação mais baixa em 38 anos em SP

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação em São Paulo caiu para o menor patamar dos últimos 38 anos na segunda quadrissemana de setembro. O aumento médio dos preços para os paulistanos foi de apenas 0,11%, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
A última taxa inferior a esta foi registrada em dezembro de 1958, quando a inflação ficou em zero.
A tendência para as próximas semanas é de novas quedas. A taxa de setembro pode, inclusive, registrar deflação, o que não ocorre em São Paulo desde junho de 1957, segundo a Fipe. Naquele mês, a instituição registrou recuo de 0,98% nos preços.
A taxa de 0,11% resulta da comparação dos preços médios de 16 de agosto a 15 de setembro com os de 16 de julho e 15 de agosto. Na quadrissemana anterior, a alta foi de 0,25%.
A Fipe pesquisa a evolução dos preços para famílias com renda de até 20 salários mínimos (R$ 2.240,00).
Previsões
A taxa de inflação vai continuar em queda nas próximas duas semanas, segundo Heron do Carmo, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor). O economista da Fipe prevê estabilidade dos preços neste mês, em relação a agosto. A taxa fica próxima a zero, podendo até ter pequena deflação.
O ritmo de queda dos preços a partir de agora, no entanto, será mais lento do que nas últimas semanas. Muitos setores, como vestuário, mantêm os preços em queda, mas o efeito das liquidações já é menor sobre os índices.
O mesmo corre com transportes. Devido ao rodízio de carros, muitas redes de postos diminuíram preços de combustíveis em agosto. Agora começam a voltar aos patamares anteriores.
Os preços dos alimentos também vão continuar em queda, mas com taxas menores. Na segunda quadrissemana, os paulistanos pagaram 0,9% menos pela alimentação. No final de setembro, os preços devem estar com queda de 0,6% sobre os praticados em agosto. As maiores quedas entre os alimentos foram de produtos "in natura": -3,24%.
Entre os setores pesquisados pela Fipe, um dos que continuam reajustando preços é o de habitação. Mas, com o fim das pressões de tarifas (água e gás) e aumentos menores dos aluguéis, o reajuste médio desse item recuou para 1,8% na segunda quadrissemana de setembro, contra 2% na primeira.
A expectativa é de inflação baixa no final de ano. Para Heron do Carmo, o governo deveria rever as taxas de juros e o esquema de reajuste de tarifas públicas conforme o novo patamar inflacionário.
No ABC
A taxa de inflação na região do ABC paulista esteve próxima à de São Paulo. Na segunda quadrissemana de setembro, a alta foi de 0,13%, contra 0,29% na anterior.
Os alimentos (-0,28%) tiveram grande participação na redução da taxa, conforme dados do Imes (Instituto Municipal de Ensino Superior de São Caetano do Sul.

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