São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996
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Governo tenta espantar estagnação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A redução da inflação a níveis próximos de zero não significa queda do crescimento econômico, disse ontem o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros.
"A deflação não significa recessão, mas um reacomodamento dos preços", afirmou ele.
Traduzindo, o governo está atribuindo a queda generalizada de preços a um ajuste do mercado -alguns preços, como os dos serviços, haviam subido demais- e não a uma suposta estagnação na produção e no comércio.
As estimativas da taxa de inflação, segundo o boletim de desempenho econômico distribuído ontem pelo Ministério da Fazenda, apontam que o índice mensal deve ficar em torno de zero em setembro e se manterá no patamar de 0,5% até o final do ano.
Conforme a Folha noticiou anteontem, a queda nos índices de inflação deverá ser acompanhada de uma nova rodada de redução da taxa de juros. Para manter a inflação baixa, será monitorado o reajuste das tarifas públicas. Mendonça de Barros disse que o governo prosseguirá reduzindo os juros.
Segundo o secretário, não haverá reajuste automático das tarifas na data de aniversário -depois de um ano sem aumento. "Reajustes serão feitos com base na avaliação dos técnicos da área econômica."
Em agosto, o mercado esperava que o BC fixasse a TBC (Taxa Básica do Banco Central) em 1,85%, e ela ficou em 1,90%. Em setembro, o governo sinalizou uma pequena queda e a fixou em 1,88%.
Conforme dados do governo, a taxa Selic (média dos títulos públicos federais) deve baixar de 1,97%, em agosto, para 1,90% em setembro e terminar o ano em 1,78%.
O boletim de desempenho econômico mostra que o índice de inadimplência junto aos bancos privados caiu 22,84%, comparando-se os dados de dezembro de 1995 e junho de 1996. Em dezembro de 95, os créditos atrasados somavam R$ 3,188 bilhões. Caíram para R$ 2,460 bilhões em julho.

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