São Paulo, sábado, 21 de setembro de 1996
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FHC ataca adversários em solenidades

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com o Congresso vazio devido às campanhas municipais, o Palácio do Planalto virou o palanque do presidente Fernando Henrique Cardoso para mandar recados aos críticos de seu governo.
Em 20 dias, foram realizadas sete solenidades no Planalto. Em todas, FHC atacou o corporativismo dentro do Estado e concentrou seu discurso na necessidade da reforma administrativa.
Aos opositores de suas idéias, FHC reservou expressões como "parasitas" e "velharia". As insinuações do presidente tiveram como alvo servidores públicos, governadores, ministros, parlamentares, candidatos e jornalistas.
Anteontem, ele criticou o ministro Adib Jatene (Saúde) ao assinar a lei de regulamentação da emenda do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental.
Falou também sobre as universidades e disse que mudá-las "não é ceder a interesses corporativos". Segundo ele, "qualquer um que cede ganha. Mas ganha o vazio e o desprezo das gerações futuras".
Para FHC, a universidade deve ter autonomia e responsabilidades, do contrário é "parasitismo". "E o Tesouro não pode ser mais vítima de parasitas como no passado", completou. Sobre os efeitos a longo prazo da lei, disse: "Não estamos tomando medidas aqui para ter benefício neste ano, no ano que vem, em eleição tal e qual".
Afirmou que o país mudou tanto que os candidato que montarem suas campanhas "em termos das pequenas barganhas" vão perder.
Metralhadora
Na segunda-feira, FHC advertiu de forma velada os governadores nordestinos que cobram da União incentivos fiscais às montadoras que se instalarem na região. Defendeu que os investimentos sejam orientados por decisões racionais e não por interesses políticos.
No dia seguinte, rechaçou o que chamou de "velharia", a minoria que "ainda domina setores do pensamento brasileiro (...) e impede de ver que temos de quebrar normas burocráticas do passado".
Na quarta, o presidente sugeriu uma suposta "perseguição" da imprensa. "Agora, tudo o que eu faço ou deixo de fazer, os nossos amigos (jornalistas) registram como se fosse alguma coisa que tenha a ver com eleição municipal. Tem nada."

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