São Paulo, sábado, 21 de setembro de 1996 |
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Erundina promete manter cobrador mesmo com catracas eletrônicas
EMANUEL NERI
"Se entender que a catraca reduz custo e agiliza a operação do sistema, pode ser implantada, mas sem gerar desemprego", afirmou a candidata. Para Erundina, o cobrador pode ter outra função, como agente de segurança. O plano da petista não coincide com as oferecidas pelo sindicato de proprietários de ônibus e pelo dos trabalhadores. O primeiro quer reciclar parte dos cobradores para aproveitá-los como motoristas ou em funções administrativas. Os empregados discordam da instalação das catracas por temer o desemprego. "Seria melhor continuar com cobradores. Mas a proposta dela não é ruim. Se garante o emprego, tudo bem", disse Eurico Vieira, diretor do sindicato. Cobrador ajuda Erundina chegou à garagem da Santo Amaro às 3h30. Conversou com motoristas e cobradores por mais de duas horas. Para ela, a função de cobrador extrapola o ato de cobrar a passagem do usuários. "Ele ajuda na segurança dentro do ônibus, dá informações à população, ajuda pessoas de idade", afirmou. "É uma função que tem que ser regulamentada, que pode ter outro nome", afirmou. A proposta de Erundina pode onerar os custos do transporte. São Paulo tem 12 mil ônibus. Cada catraca eletrônica custa em torno de R$ 4.000. Além desse gasto, as empresas teriam o custo adicional da nova função do cobrador. EM Alvo eleitoral Na visita à empresa de ônibus Santo Amaro, uma das maiores de São Paulo, Erundina referiu-se a duas outras propostas com alvo eleitoral. Uma é a regulamentação e o controle com rigor dos chamados "ônibus clandestinos". A outra é a regulamentação dos "perueiros" -kombis que fazem lotação na periferia. "Se eles têm demanda e clientela é porque atendem a uma necessidade. São sistemas alternativos que têm que ser fiscalizados para poder melhorar." Em sua administração na prefeitura paulistana (1989-92), Erundina tentou proibir os "ônibus clandestinos". No governo Paulo Maluf, esse sistema foi regulamentado. São, ao todo, 800 ônibus, que atuam principalmente na periferia da cidade. Erundina também prometeu a volta da municipalização do transporte de passageiros, implantada em sua administração. Por esse sistema, a prefeitura remunera as empresas por quilômetro rodado, não por passageiro transportado -isso força a circulação de mais ônibus. A petista também pretende criar uma frota da prefeitura para operar sistemas especiais no transporte de passageiros. O objetivo é fazer testes com combustível alternativo, como o gás. A frota poderá ser incorporada à SPTrans, empresa que substituiu a CMTC. Texto Anterior: Motta vê 'patética aliança' em SP Próximo Texto: Candidata ganha o voto de 'pittete' Índice |
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