São Paulo, sábado, 21 de setembro de 1996
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Candidata ganha o voto de 'pittete'

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

A candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, ganhou no início da tarde de ontem a adesão de uma "pittete" na av. Paulista (região central).
Durante passeata pela avenida, Ivonete Silva, que empunhava bandeira e usava boné do candidato Celso Pitta, abraçou Erundina e disse que iria votar nela.
"Eles abriram muitas estradas (sic) e eu não vivo de estradas, não tenho carro", disse Ivonete, que afirmou ganhar R$ 20,00 por dia para fazer campanha do PPB.
Questionada se não iria votar em seu chefe, Ivonete disparou: "Quem tem chefe é índio".
Erundina fez a passeata junto aos membros da Cives (Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania).
Voto útil
Segundo ela, a tese defendida pelo candidato do PSDB, José Serra, de voto útil na legenda dele é "antidemocrática".
"A população entende que dois turnos é exatamente para que tenha possibilidade de escolher livremente a melhor candidatura", disse.
"Estamos seguros em ir para o segundo turno. Vamos combater todas as forças que procurem se opor a isso e tentar evitar a volta do malufismo a São Paulo."
A candidata afirmou que "não necessariamente" suas críticas ao candidato tucano inviabilizam uma eventual aliança entre os dois no segundo turno.
Para ela, a pregação de Serra mostra que "ele está se sentindo muito inseguro e ameaçado com a minha candidatura".
Antes da passeata, a candidata havia visitado o Hospital das Clínicas, onde foi recebida pelos servidores da instituição.
Em discurso, Erundina criticou o PAS (Plano de Atendimento à Saúde), uma das principais bandeiras da campanha de Pitta à sucessão de Paulo Maluf (PPB).
Segundo ela, o PAS tem deixado de atender pacientes, e em algumas unidades faltam cobertores e medicamentos.
No final da tarde, ela participou de corpo-a-corpo com comerciantes da rua 12 de Outubro, na Lapa (zona oeste).
Piada
Sobre as críticas do ministro Sérgio Motta (Comunicações), de que ela teria feito uma aliança com Maluf para criticar o governo federal, Erundina afirmou que "ele deveria ter mais o que fazer em Brasília em vez de vir a São Paulo fazer piada".
Erundina disse que ela e Maluf são como água e óleo, "não nos misturamos nunca".

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