São Paulo, sábado, 21 de setembro de 1996
Texto Anterior | Índice

Investidores aguardam reunião do Fed

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou a semana valorizada apesar dos baixos volumes financeiros no período.
Os investidores estrangeiros aguardam ansiosos a próxima reunião do Fed (banco central dos EUA) na terça-feira, quando deverá ser decidida a mudança ou não da taxa de juro primário dos Estados Unidos.
As apostam são de aumento de 0,25 ponto percentual, o que não traria grandes sobressaltos na taxa de juro dos títulos de 30 anos (T-Bond), que fechou ontem estável em 7,04%.
Se o aumento for maior do que o esperado, haverá pressão de alta dos T-Bond, com consequente desvalorização do índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, o que acaba sempre refletindo nas Bolsas nacionais.
Segundo operadores, os estrangeiros estariam fora dos mercados emergentes, entre os quais o Brasil, justamente para aguardar a definição do Fed.
O índice Bovespa subiu ontem 0,42%, fechando em 65.882 pontos. Na semana, acumula alta de 1,9%. O volume financeiro atingiu R$ 426,84 milhões.
Telebrás ON vem se destacando no mercado doméstico, ganhando liquidez. O papel respondeu por 9% do mercado à vista ontem.
Os preços também vêm melhorando. Enquanto as preferenciais subiram apenas 0,4% ontem (8,2% no mês), as ordinárias avançaram 1,2% (9,4% no mês).
A expectativa de bons lucros da estatal para este ano está atraindo compradores para os papéis ON, já que a distribuição de dividendos pode ficar igual, tanto para as PN quanto para as ON.
É que os investidores em ações PN da Telebrás recebem 6% do capital social, ou 25% do lucro líquido (o que for maior), sob a forma de dividendos, enquanto os que aplicam em ON recebem 25% do lucro que a empresa apurar.
Como o mercado estima lucro na casa dos R$ 6 bilhões para a Telebrás, o papel ON fica mais atrativo. Além disso, a privatização da estatal deve valorizar os papéis ON (que dão direito a voto).
O mercado aguardava ontem nova correção na minibanda. Por isso abriu pressionado, mas acabou recuando no final dos negócios.
Os juros mantiveram tendência de baixa, com a taxa over-Selic chegando a ficar até 2,65%.

Texto Anterior: Desenvolvimento não é retórica
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.