São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996
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Prefeitura desloca 2 veterinários para o PAS, e médicos pedem explicações

FÁBIO SANCHEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O CRM (Conselho Regional de Medicina) de São Paulo pediu no dia 13 explicações ao secretário municipal da Saúde, Roberto Paulo Richter, sobre a transferência de dois veterinários para o PAS (Plano de Atendimento à Saúde). Eles foram transferidos como médicos por uma portaria do órgão municipal.
Os ex-funcionários da Secretaria de Abastecimento Cleide Teixeira da Silva e Sergio Petini aderiram ao PAS em 4 de julho. A classificação deles como "médico" contraria a terminologia do "Diário Oficial", que usa o termo "médico-veterinário" para especialistas do tipo.
Ambos foram transferidos para o Hospital Municipal Arthur Ribeiro de Saboya, no bairro do Jabaquara (região sul da cidade), sede de uma das cooperativas que integram o PAS. A mudança aconteceu seis dias após a implantação do novo sistema naquele hospital.
Fiscais famosos
Cleide da Silva e Sergio Petini são os fiscais mais famosos da gestão Maluf. Cleide, como chefe da Divisão de Controle do Abastecimento da Secretaria Municipal de Abastecimento, interditou vários restaurantes por falta de higiene em 1994. O prefeito Paulo Maluf a acompanhou em diversas diligências.
Antes de ser transferida, ela assessorava o secretário Richter no remanejamento, por diversos setores da prefeitura, dos funcionários que não aderiram à terceirização da saúde municipal pelo PAS. Ela trabalha na assessoria direta de Wilson Ayres, diretor do hospital.
Sergio Petini fechou mais alguns restaurantes no início deste ano, devido a uma lei municipal antifumo que vigorou por algumas semanas. Os restaurantes desrespeitaram a lei ao deixar de fixar nas paredes cartazes informando sobre a proibição ao fumo ou permitir que seus clientes fumassem. Ele trabalha no setor de documentação médica, avaliando estatísticas.
O CRM, que checa diariamente os registros dos médicos citados no "Diário Oficial", realizou uma fiscalização no hospital no dia 10 e verificou que eles de fato trabalham no local registrados como médicos, mas não atendem pacientes. Ainda assim, o CRM considera o registro irregular.
"A carreira de veterinário é totalmente diferente da nossa e não há o que ele possa fazer em um hospital", disse o presidente do CRM, Pedro Henrique Silveira.

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