São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996 |
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Grevista do Incra se nega a negociar com novo diretor
GEORGE ALONSO
Villas-Bôas, 47, foi nomeado na última quarta-feira pelo ministro de Política Fundiária, Raul Jungmann, em substituição a Miguel Abeche, demitido um dia antes. Villas-Bôas tentou marcar para amanhã uma reunião com os grevistas. Não foi bem-sucedido. "Não há conversa com ele. É decisão tirada em assembléia", disse João Teixeira, da Associação dos Servidores do Incra (Assincra). A exoneração de Abeche gerou uma crise no Incra paulista. Oficialmente, Abeche foi demitido por desobedecer ordem do ministro -de não negociar com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), enquanto a entidade invadir prédios públicos. Refratários à nomeação de Villas-Bôas, os servidores federais entraram em greve por tempo indeterminado na quinta-feira -e 26 das 28 chefias já decidiram entregar seus cargos de confiança. Diálogo seco Foi feita por telefone a tentativa de Villas-Bôas de agendar com as lideranças dos funcionários uma mesa-redonda, para tentar encerrar a greve, que envolve todos os 107 servidores do Incra (sendo 86 no prédio da superintendência). A conversa de Villas-Bôas -que estava sexta-feira em negociações com fazendeiros e sem-terra no Pontal do Paranapanema (SP)- com Teixeira, foi seca. "Vocês assumem a responsabilidade pelas consequências da greve?", indagou o novo diretor. "Claro, não somos crianças", rebateu Teixeira. Os servidores do Incra têm lista com sete nomes para substituir Abeche e não aceitam a nomeação de qualquer pessoa do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), órgão estadual que vinha tendo atritos com o Incra. Villas-Bôas dirigia o Itesp. Foi nomeado para o Incra com a função de unificar as ações de reforma agrária em São Paulo, agora sob o comando do governo estadual. Texto Anterior: Um grande silêncio Próximo Texto: Governo rechaçará violência, diz Jobim Índice |
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