São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996 |
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Serviço público atende 50% da demanda
AURELIANO BIANCARELLI
"O Proad está caminhando para um limite", diz Magali Pacheco Simões. O programa para adolescentes recebe de cinco a seis novos dependentes por semana. Três outros serviços ligados às faculdades de medicina estão limitando as vagas. Há fila de espera nas dezenas de "fazendas" de tratamento espalhadas pelo país. Nas clínicas privadas, a internação custa até R$ 7.000 por mês. Cidades do interior, como Bauru, estão em busca de um plano de prevenção e tratamento, diz Nilma Renildes, da seção local do Conselho Regional de Psicologia. Na periferia de São Paulo, a falta de lazer e de perspectivas cria o caldo ideal para o uso da droga, o tráfico e a violência. Os próprios moradores justificam a atitude do adolescente quando é pego pela polícia, afirma Guaracy Mingardi, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP. Em um trabalho realizado na zona da cidade, Mingardi recolheu a seguinte justificativa para um jovem que tinha se tornado traficante: "O menino passa o dia inteiro sem fazer nada, jogado nos cantos. Ele tinha que ganhar a vida de algum jeito." (AB) Texto Anterior: Internação de dependente causa polêmica Próximo Texto: Medo e desinformação dos pais prejudicam Índice |
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