São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996 |
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Medo e desinformação dos pais prejudicam
AURELIANO BIANCARELLI
A observação é de psiquiatras que acompanham de adolescentes do Proad, grupo de tratamento da Universidade Federal de São Paulo. "Muitos pais chegam aqui pedindo que seus filhos sejam internados", afirma Magali Pacheco Simões. "Temos que convencê-los de que esse não é o caminho." Segundo ela, o Proad já recebeu adolescentes que foram expulsos dae escola porque estavam fumando um cigarro de maconha. A escola está certa de impedir o uso da droga, mas erra ao tratar o adolescente como um dependente a caminho da marginalidade, afirmam os psiquiatras. Foi pensando nas características próprias dos adolescentes usuários ou dependentes que o Proad criou um programa só para eles. "Eles estão na fase de experimentar tudo, inclusive drogas. Uma atitude exageradamente dura da família ou da escola só acabará por prejudicá-los." Segundo os psiquiatras, a participação dos pais é fundamental para os filhos. No Proad, os pais de adolescentes dependentes são convidados a participar de terapias individuais ou em grupo. "Muitos adolescentes chegam distanciados da realidade, lidando com a violência como se estivessem à salvo dela", diz Solange Tedesco, terapeuta ocupacional do Proad. Aos poucos, passam a ter consciência da dependência e se envolvem com a própria terapia. (AB) Texto Anterior: Serviço público atende 50% da demanda Próximo Texto: De carona em filme, heroína volta à moda Índice |
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