São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996 |
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Droga é altamente viciante
ANDRÉ LOZANO
"Com poucas aplicações a pessoa já fica viciada na droga. O maior desafio dos médicos é impedir que a heroína se popularize, como ocorreu na Europa e Estados Unidos", disse a psiquiatra Lilian Rato. Ela foi a médica responsável pelo tratamento do dependente I.S.J. "A heroína é uma droga altamente viciante. A pessoa geralmente gosta muito do primeiro 'barato' e passa a perseguir essa sensação", afirmou a psicóloga Flávia Jungerman, que trabalhou com dependentes de drogas, entre eles viciados em heroína, na Inglaterra. Mudança de hábito Segundo ela, as doenças transmissíveis por via endovenosa, como a Aids, determinaram a alteração do consumo da heroína nos últimos anos na Europa. "Hoje há um retorno à heroína fumada para se evitar a aplicação de injeções." Para o coordenador do Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas), Ronaldo Laranjeira, a forma de consumo de heroína hoje no Brasil equivale ao consumo da cocaína nos anos 80 no país. "A cocaína chegou ao país como droga de elite. Hoje ela atinge todas as classes. Uma variação da coca, o crack, é uma das principais drogas da classe pobre. Nada impede que ocorra isso com a heroína no Brasil, já que ela se tornou uma droga de fácil acesso em todo o mundo", afirmou. (AL) Texto Anterior: Heroína provoca relaxamento Próximo Texto: Liberdade é ponto de tráfico Índice |
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