São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996
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Consumo não é representativo, diz polícia

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O baixo número de apreensões de heroína no Brasil é apontado pela polícia como demonstrativo de que o consumo da droga não é representativo no país.
"Se a heroína estivesse entrando em grande volume no Brasil estariam 'pipocando' as apreensões em todo o território nacional", afirmou o diretor da Divisão de Investigação do Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos), Marco Antonio Paula Santos.
O Denarc não fez nenhuma apreensão de heroína no ano passado nem neste ano. A Polícia Federal fez uma apreensão da droga em 1995 (veja quadro ao lado).
No entanto, ele admite que a polícia trabalha com informações sobre negócios de heroína em São Paulo. "Recebemos informações nesse sentido", disse ele, sem adiantar possíveis ações da polícia no combate à droga.
"Até pouco tempo, o Brasil não era visto como mercado, mas como rota do narcotráfico. Com a estabilização da economia, houve aumento do interesse dos cartéis do narcotráfico em despejar drogas no país. Isso poderia provocar a entrada da heroína no Brasil."
Ele acha improvável a informação do dependente I.S.J., que disse que trazia até 40 quilos de heroína a cada dois dias para São Paulo.
"Há duas hipóteses: essa quantidade seria resultado de uma operação casada (carregamento de heroína e cocaína) ou, no caso de ser tudo heroína, uma pequena parte ficaria no país, e a outra seguiria para o Rio, onde embarcaria para os Estados Unidos, via rota litorânea", disse o delegado.
O superintendente da Polícia Federal de Manaus, delegado Mauro Spósito, disse que o principal mercado dos produtores de heroína na Colômbia são os Estados Unidos.
"Sabemos que grande parte da droga escoa via Pacífico e Venezuela", disse Spósito. Segundo ele, o tráfico de heroína é mais velado porque, em geral, é feito pelos dependentes.

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