São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996 |
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Treviso, Mântova, Trento
ÁLVARO ANTÔNIO ZINI JR. Volto hoje ao tema do desenvolvimento da região nordeste da Itália, uma das que mais se desenvolveram nos últimos 30 anos. Dessa área formada pelo triângulo que tem em Trento um ápice ao norte e em Mântova e Treviso outros dois pontos de base, partiram cerca de 80% dos imigrantes que foram para o Brasil.As províncias do Vêneto, Trentino Alto-Adige e Vale da Aosta estiveram em penosa decadência até o pós-guerra. Concentração da propriedade da terra, alta densidade populacional e estagnação levaram milhões a emigrarem. As bases para a retomada foram assentadas com a reforma agrária, divisão dos latifúndios e construção de uma malha de transporte rodo-ferroviário nos anos 30. Mas a virada se deu a partir dos 60 com o Mercado Comum Europeu. As oportunidades do novo mercado e o extravazamento do "milagre italiano" produziram um salto no desenvolvimento, explicado, em parte, pelas ricas tradições manufatureira e mercantil da região e, em parte, pela existência de mão-de-obra qualificada, mas de baixos salários. Hoje a região é sede da Benetton (em Treviso), da Jacuzzi (banheiras de jatos d'água), das cerâmicas Dolomites, das ferramentas Faber, do complexo petroquímico de Veneza-Mestre etc. Lá está também a importante Universidade de Pádova e a bilingue Verona, centro comercial do nexo Itália-Alemanha. A base do crescimento não foram empresas de fora, mas a formação de um grande número de pequenas e médias empresas locais impulsionadas por créditos de longo prazo a juros baixos, talentos locais, e muita flexibilidade, mas grande confiabilidade. Texto Anterior: Governo FHC apóia o desemprego Próximo Texto: Real lança nova apólice e inicia reajustes Índice |
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