São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Categoria dribla legislação antitabagista
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
A guerra é antiga e todo o tipo de recurso é utilizado. Como a manutenção de corridas consideradas deficitárias, como o GP da Hungria, país que permite que os carros portem as marcas dos cigarros. Nos últimos anos até o calendário vem sendo montado com essa preocupação, mesclando provas em países onde a publicidade é proibida e onde ela é permitida. Um dos motivos da volta do GP da Áustria, na próxima temporada, por exemplo, é a permissividade da legislação do país. Na verdade, uma lei aprovada pelo governo local libera a publicidade de cigarros em um único caso, que se molda à F-1. Outra vitória da categoria nesse ponto acontece na Inglaterra. Os direitos de transmissão das corridas passarão, em 97, da estatal BBC para a rede privada ITV. A publicidade de cigarros, na ilha, é normatizada por uma convenção, ou seja, não há uma lei que regule de fato o assunto. No novo canal, deverá ser mais evidente do que já era na BBC, que permitia propaganda nos treinos. Até na rigorosa Alemanha as concessões são cada vez maiores. A proibição das marcas de cigarros é cada vez mais atenuada e isso, em alguns casos, já basta. Um estudo da Philip Morris constatou que só uma minoria, cerca de 5% do público de uma corrida, não identifica a marca Marlboro nos carros da McLaren. O dinheiro do cigarro é alicerce da F-1. Alguns times recebem US$ 40 milhões/ano das indústrias. As seis principais escuderias têm como patrocinador principal marcas de cigarros, e a West, da Alemanha, volta à categoria no ano que vem, nos carros da McLaren. O investimento desse tipo de indústria é inferior apenas ao das grandes fabricantes de motores, que, no entanto, precisam bancar o desenvolvimento de suas tecnologias, além de fazer publicidade. Nos EUA, o inverso acontece. Recentemente, o presidente Bill Clinton enviou projeto de lei ao Congresso proibindo qualquer publicidade, mesmo que implícita, em eventos esportivos, preocupando os dirigentes da Cart, a controladora da Indy. (JHM) Texto Anterior: Barrichello sonha com Jordan Próximo Texto: EUA batem recorde de arquibancadas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |