São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996
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Mandato na Bósnia segue

IGOR GIELOW
DE LONDRES

A Otan quer continuar por mais um ano, no mínimo, na Bósnia.
"Creio que é de interesse do Ocidente e da Otan alargar o prazo", afirmou o secretário-geral Solana.
O mandato dos 60 mil soldados da Ifor (Implementation Force, Força de Implementação) em solo bósnio expira em dezembro. Porém, deve ser renovado no dia 25, quando a cúpula da Otan se reúne.
Segundo Solana, há risco de haver instabilidade no caso de saída de tropas agora, logo após a primeira eleição do pós-guerra na ex-república iugoslava.
Questionado sobre a presença de indiciados por crimes de guerra no país, notoriamente o líder sérvio-bósnio Radovan Karadzic, Solana foi direto: "Nosso mandato não dá poderes para caçar criminosos de guerra ou suspeitos."
Há duas semanas, o jornal britânico "The Independent" publicou entrevista com o juiz-chefe do Tribunal de Crimes de Guerra de Haia criticando a falta de ação da Ifor.
Outro ponto sensível sobre a Bósnia diz respeito à Alemanha. Seu ministro da Defesa, Volker Rohe, disse semana passada que quer tropas de seu país na linha de frente da próxima operação.
Segundo ele, nada justifica a posição atual -um corpo de oficiais médicos que gerencia um hospital militar na Croácia. Se ocorrer, a operação alemã será a primeira em linha de frente desde a derrota dos nazistas em 1945.
Para complicar, a região da ex-Iugoslávia não vê com bons olhos os alemães, que praticaram genocídio sérvio na região durante a Segunda Guerra Mundial -com o apoio dos croatas.
(IG)

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