São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996
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Assinatura altera comportamento

ELAINE GUERINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde que virou assinante da Multicanal, operadora de TV a cabo, o comerciante Savério Carmignani, 31, assiste menos aos canais abertos, não frequenta mais a locadora de vídeo e fica acordado até mais tarde.
Carmignani foi um dos 318 entrevistados durante pesquisa realizada em São Paulo nos meses de julho e agosto pela Multicanal. O levantamento revela que a compra da assinatura chega a alterar hábitos do telespectador.
"Como as opções são mais interessantes, passo mais tempo vendo televisão. Até parei de alugar vídeos, já que o pacote inclui o canal de filmes Telecine", diz Carmignani, assinante há um ano e meio.
"Só telejornais"
Segundo a pesquisa, 56% dos entrevistados mudaram seu comportamento diante da TV. "Na minha casa, paramos de ver a programação das emissoras abertas. Só assistimos aos telejornais", diz a dona-de-casa Yara Bacic Kravosar, 50, assinante há um ano.
O levantamento aponta que 9,5% assistem menos aos canais abertos e 9,5% não alugam mais vídeos. "No meu caso, eu diminuí minhas locações, mas não parei totalmente. A programação do Telecine repete muito os títulos e, às vezes, fico sem opção", afirma a publicitária Maria José Cancelo, 44.
Lua-de-mel
Segundo Luís Mário Bilenky, presidente da Blockbuster no Brasil, o cliente da locadora não pára de alugar filmes em função da TV paga. "Fizemos uma pesquisa e detectamos que ele deixa de nos procurar apenas nas primeiras semanas da assinatura, quando ele ainda está em lua-de-mel com o sua nova aquisição."
O presidente afirma que esse período dificilmente ultrapassa seis semanas. "Depois, ele volta a nos procurar em busca dos lançamentos. Comparada ao vídeo, o filme estréia na TV paga com um atraso de seis meses."
Línguas
Para o diretor-geral da Multicanal, José Luiz Andreucci, uma das principais mudanças de hábito em decorrência da assinatura é o interesse por línguas estrangeiras. "O telespectador fica até com mais vontade de viajar."
Segundo o levantamento, 60,7% dos entrevistados estão aperfeiçoando o inglês com a programação. A segunda língua apontada foi o espanhol, lembrada por 31%.
"O canal de esportes também pode alterar hábitos ao difundir modalidades pouco conhecidas no Brasil, como hóquei, beisebol e golfe", diz Andreucci.
(EG)

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