São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996
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Veja como são os sites de candidatos

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

No site ou página de Bob Dole, candidato republicano a presidente dos Estados Unidos, o usuário pode montar e mandar um postal eletrônico, jogar, escolher um pôster, criar um "button". No de Bill Clinton, democrata, pode ver e ouvir comerciais. A Internet é uma arma eleitoral de fato nos EUA.
No Brasil, onde o número de usuários é 38 vezes menor do que nos EUA, meio milhão contra 19 milhões, segundo estimativa, as campanhas estão distantes de oferecer tantas atrações. Mas não faltam outras. O candidato malufista, sempre "user-friendly", de fácil manejo, já recebe os usuários dizendo, de própria voz, "aqui fala Celso Pitta, muito obrigado por visitar a nossa página".
O site mostra o candidato em férias no exterior e em outras poses. Dá a agenda de showmícios, detalha plano de governo, mostra reportagens favoráveis.
Na biografia, reproduz vaidosamente o brasão de Harvard e lembra que Pitta estudou em "colégio tradicionais". Aos interessados, permite acessar a página do projeto que teria originado o Cingapura, em Cingapura.
Luiza Erundina tem o mais elaborado dos sites. É o único com base no exterior -o que não muda em nada, nem quanto ao tempo para acessar, nem à qualidade.
Tem poesia de Haroldo de Campos, que o visitante é convidado a completar. Tem foto de Sebastião Salgado, de crianças em São Paulo.
Tem também agenda e tem biografia, no caso, apresentando Erundina com capacete de administradora de grandes obras.
A diferença é que permite o acesso a páginas de candidatos a vereador, na maioria, vinculados à prefeita. Os petistas são os políticos até aqui mais voltados à Internet.
O tucano José Serra ensina como votar e até permite votar de brincadeira. Seu site já abre com um sistema de "votação virtual", também presente na página de Celso Pitta. Sem novidades, com detalhes pouco desenvolvidos, como permitir o acesso a páginas de candidatos a vereador, o espaço dos tucanos chama a atenção pelas curiosidades. Por exemplo, na biografia, uma foto de 1964 em que "Serra fala como presidente da UNE", orgulhosamente.
Francisco Rossi, também "user-friendly", já aparece na primeira página com um sorriso, em movimento. Pede novas idéias, dá boas-vindas de própria voz, permite ouvir o jingle da campanha.
Na curta biografia, registra com honestidade que já passou pela Arena, pelo secretariado de Paulo Maluf, pelo Partido Comunitário Nacional, pelo PTB e, por enquanto, está no PDT. Não fala em Deus.

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