São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996
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Comida dá problema em 74% dos casos

OSCAR RÖCKER NETTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 74% dos estabelecimentos que comercializam alimentos na cidade de São Paulo apresentam algum tipo de irregularidade relacionada à vistoria que é feita pela Secretaria Municipal do Abastecimento (Semab).
Os problemas mais frequentes são falta de higiene nas dependências e nos equipamentos utilizados na manipulação dos alimentos.
Pelos números da secretaria, são vistoriados em São Paulo 3.500 estabelecimentos por mês, em média. Desses, 1.800 são intimados, 690 autuados e 90, interditados.
São vistoriados bares, restaurantes, açougues, padarias e similares.
A intimação ocorre quando existe alguma falha menos grave, como falta de uniforme para funcionário. O estabelecimento tem de supri-la e não é multado.
A autuação implica em multa pela existência de uma irregularidade como sujeira na despensa. Já a interdição é a proibição de funcionamento do estabelecimento. Acontece quando há no local, por exemplo, péssimo estado de higiene ou presença de vetores de doença (como, por exemplo, ratos).
Segundo a Semab, é impedida a comercialização de aproximadamente 1.800 kg de alimentos por mês. As multas chegam a R$ 700 mil mensais.
Luiz Antonio Colombo, do Dima (Departamento de Inspeção Municipal de Alimentos), diz que a fiscalização é feita com base nas denúncias recebidas pelo órgão.
Saúde pública
A ingestão de alimentos inadequados pode causar problemas à saúde. Higiene e boa conservação são meios de evitar o aparecimento ou multiplicação de bactérias.
Elas, ou suas toxinas, são as causas mais comuns de diarréia (sintoma da intoxicação alimentar), diz o médico-infectologista Antonio Carlos de Oliveira, 38.
Os problemas serão maiores proporcionalmente à quantidade de bactéria presente no alimento. Além da diarréia, pode ocorrer vômitos, febre e cólica.
Caso
A professora Adriana Colturato pediu por telefone uma pizza à Pizzaria Cristalla. Achou um palito carcomido na primeira fatia. Ela quer fiscalização no local.
Segundo ela, o produto parecia ter sido feito com restos de alimentos -supeita reforçada pelo horário do pedido, meia-noite.
João Batista, dono da pizzaria, acredita que a consumidora está de má-fé. "Deve ser coisa de concorrente. Nunca tive problemas. O queijo derrete, como vou utilizá-lo duas vezes?"

Onde reclamar - Semab: tel. (011) 229-2050

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