São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996 |
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Pedras de Callanish levam à pré-história
ALCINO LEITE NETO
A comparação é mais engenhosa do que correta, e talvez o alvo esteja errado. São as paisagens escocesas as que mais correspondem a um certo terreno plástico do inconsciente, sobretudo se se avança para o norte do país e se atravessa o mar, rumo às ilhas Hébridas. A travessia deixa para trás as paisagens sinuosas e escandalosamente verdes, pontuadas de castelos e ruínas, e trazem à vista um mundo desolado e virgem, que a Europa parece ter posto à margem, ou é a margem da Europa. Carneiros Território de um vácuo de história, como na região da cidade portuária de Stornoway (nas ilhas Lewis e Harris), onde se diz que há mais carneiros que homens. É um lugar extraordinário, desértico, repleto de lagos e planícies, de estradas miúdas que levam às pedras de Callanish, monumento circular que data de 3000 a.C. As pedras possivelmente foram usadas para observações astronômicas, e em seu centro há uma câmara mortuária construída mais tarde por povos do Neolítico (2500 a 2000 a.C.). Para os místicos, no entanto, elas são um posto avançado do espírito, sobretudo agora que o monumento de Stonehenge, na Inglaterra, está interditado às levas de novos pagãos de todo o mundo. Stornoway, capital das ilhas Lewis e Harris, pode servir de base para as viagens no interior. A única cidade da região tem pequenos e agradáveis hotéis e fica a três horas de Londres por avião. É um passeio emocionante ao fim do mundo -ou ao início. Texto Anterior: Litoral da Cornualha é o "fim do mundo" Próximo Texto: Festival de artes tira Edimburgo do sério Índice |
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