São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996
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Erundina vira alvo do PSDB

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O comando da campanha de José Serra (PSDB) decidiu ontem fazer a sua mais importante mudança de rota política desde o início da disputa: o alvo preferencial de ataque passa a ser Luiza Erundina (PT).
Até então, o candidato malufista Celso Pitta (PPB) era a vítima de plantão dos ataques tucanos.
"O enfrentamento real para ir ao segundo turno é com Erundina e chegou a hora de decisão", afirmou o deputado estadual Walter Feldman, coordenador de mobilização da campanha de Serra.
O início da ofensiva em cima do PT, que segundo a pesquisa do Datafolha mantém uma vantagem de cinco pontos percentuais sobre Serra, estava previsto para ontem à noite no horário gratuito.
No roteiro traçado para o programa, Serra faria ataques a Pitta, mas em seguida abriria espaço para lembrar em tom crítico a administração paulistana de sua adversária petista (89 a 93).
Serra, em entrevista ontem à tarde, já trocou o tom dúbio que utilizava para falar de Erundina por um discurso mais incisivo. "Ela (Erundina) está revelando uma personalidade atormentada que eu não conhecia", disse Serra.
O candidato estava irritado com um ataque da petista no domingo. Na ocasião, entre outras coisas, Erundina afirmou que Serra era "desconhecido e antipático".
"Erundina está ressentida e aflita e fez ataques pessoais de mau gosto", declarou Serra. Para ele, o comportamento de Erundina estaria sendo guiado pelo temor de ficar ausente do segundo turno.
Embora não tenha apresentado provas, Serra repetiu que existiria um acordo, não mais tácito, entre PT e PPB. "Segundo dizem, ele (Maluf) dá apoio para a campanha abrindo espaço em algumas regiões", disse.
A avaliação no PSDB é que Serra conseguiu, com a polêmica do "Fura-Fila" e um azeitado esquema de mídia eletrônica, polarizar com Pitta e tirar Erundina do foco.
O PSDB montará três centenas de barraquinhas na cidade para ensinar o eleitor a votar na urna eletrônica e, também, fazer propaganda para Serra. Ontem, o tucano visitou a Congregação Israelita Paulista, por ocasião do Yom Kippur -o Dia do Perdão, o mais sagrado do calendário judaico.

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