São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996
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Voltados ao social

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O discurso de Paulo Maluf mudou. Parece o mesmo, é idêntico na forma, mas não é recebido como antes.
Não é o mesmo -seguindo o clichê publicitário, citado por Duda Mendonça outro dia, de que mensagem não é o que se fala, mas aquilo que se entende.
Mudou aquilo que se entende de Maluf, quando ele fala, como ontem no horário eleitoral:
- Soluções principalmente para a população pobre. Tudo o que nós fazemos é com os olhos voltados ao social. Foi assim que conseguimos trazer de volta a dignidade de vida à população carente.
Há dois meses, quando dizia as mesmas palavras, em igual gravação, parecia verdade. Não mais agora, depois do que aconteceu com Cingapura e com "Fura-Fila".
O primeiro foi derrubado por um número: 3.500, 3.500 unidades, muito repetido, no que o publicitário Geraldo Walter diz ser o grande golpe da campanha tucana.
(Agora apoiado pelo golpe petista, que denuncia ser tudo aluguel e não compra.)
O segundo grande golpe da campanha, claro, foi destruir o "Fura-Fila". Mas aí, segue o publicitário, falhou mais a campanha malufista do que acertou a tucana. Douraram demais a idéia, que desabou.
Chega a ser curioso como uma estratégia de anos se dissolveu tão rápido.
A agência de Duda Mendonça -contratada há três anos- criou o slogan da prefeitura com o fim aberto de sublinhar a opção pelo social. Repetia exaustivamente:
- Prefeitura... Melhorando a vida das pessoas.
Colou até vir a campanha e mudar o discurso.
*
A Universal resiste. Ontem um tal Chico da ABC dizia:
- Com o apoio do pastor Ronaldo Didini, quero ser seu vereador... Com Pitta!
Que o ministro não ouça.

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