São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996
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6 milhões de trabalhadores estão expostos a poeira de sílica

AURELIANO BIANCARELLI
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Estima-se que seis milhões de brasileiros trabalhando em minas, cerâmicas e indústrias estejam expostos a poeiras contendo sílica.
Entre 5% a 40% desses operários -dependendo da atividade- sofrem ou sofrerão de alguma doença pulmonar grave. Com o aumento da industrialização e da exploração de minérios, o número de trabalhadores em risco pode dobrar.
Os números foram divulgados ontem no 28º Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia, que acontece em Belo Horizonte.
As cifras são estimativas, pois as doenças ocupacionais causadas pela poeira são subnotificadas.
Segundo o médico Eduardo Algranti, pesquisador da Fundacentro -fundação do Ministério do Trabalho dedicada ao tema- o número de pessoas trabalhando nos garimpos chegaria a 500 mil, cinco vezes mais que a cifra oficial.
As doenças atingem também os cavadores de poços, trabalhadores em pedreiras, minas subterrâneas e construção civil.
A principal doença provocada pela poeira com sílica é a silicose, uma fibrose pulmonar que endurece os pulmões, dificulta a respiração e mata por asfixia. Nos últimos cinco anos, foram registradas 140 mortes pela doença.

O repórter Aureliano Biancarelli viajou a convite do Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia.

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