São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996
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Pistoleiros matam 20 e ferem 50 em mesquita no Paquistão

Ataque pode ser vingança por morte de um líder xiita

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um grupo de homens armados abriu fogo ontem contra fiéis sunitas que rezavam em uma mesquita na cidade de Multan, na Província de Punjab, sul do Paquistão, matando pelo menos 20 pessoas e ferindo outras 50.
Segundo funcionários do hospital para onde as vítimas foram levadas, grande parte dos mortos eram estudantes, entre 10 e 16 anos, de uma escola ao lado da mesquita de Al Khair.
Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque. A polícia acredita que a ação tenha sido resposta do grupo xiita Sipah-i-Mohammed Pakistani (SMP) ao assassinato de seu líder religioso, no domingo.
Encapuzados
O ataque aconteceu no início da manhã quando centenas de sunitas realizavam as primeiras orações do dia. Segundo testemunhas, quatro homens encapuzados e armados com submetralhadoras atiraram contra a multidão.
"Ouviram-se tiros no meio dos fiéis. Em seguida, houve pânico geral", disse o imã Mauluna Abdur Rehman.
Um jovem teria conseguido agarrar um dos pistoleiros, mas, em seguida, foi baleado. Cinco pessoas morreram na hora, e as outras 15, quando eram levadas para o hospital Nishtar.
Todo o comércio da cidade foi fechado. A população, de maioria sunita, queimou pneus nas ruas de Multan e apedrejou casas de xiitas. Manifestantes entraram em choque com a polícia, que decretou toque de recolher para conter as manifestações.
A guerra entre sunitas e xiitas no Paquistão já causou a morte de 130 pessoas nos últimos dois meses.

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