São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996
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'Cooperativa' de artistas abre mostra

CASSIANO MACHADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Não há proposta temática ou de linguagem que estruture a exposição "No Existem Los Límites", que começa hoje, na antiga Maternidade Condessa Matarazzo.
Atrás do título irônico está a certeza dos 15 participantes da mostra de que o universo artístico institucional é muito limitado.
O curador da representação norueguesa na Bienal, Per Hovdennak, foi o idealizador dessa exposição com artistas emergentes e consagrados, reunidos em um espaço não convencional, sem a tutela de um galerista.
Ele, Erika Verzutti, Tonico Lemos e Alexandre da Cunha reuniram um afinado grupo de artistas novos, mas com primeiros passos bem dados que, aliados a nomes como Tunga, Ana Maria Tavares e a representante norueguesa da Bienal, Marianne Heske, trabalharam como em uma cooperativa.
A escolha do hospital abandonado, o mesmo em que foi apresentada a peça "Livro de Jó", reflete aquilo que Erika Verzutti considera como a tentativa de conseguir dar à mostra "um caráter mais aberto, menos asséptico".
No subtítulo da exposição, "8-day/daylight exhibition", aparecem as fragilidades técnicas de uma realização sem apoio financeiro. Devido à falta de dinheiro e de uma estrutura convencional de iluminação, a mostra só funciona durante oito dias e à luz do sol.
"Existe uma tendência mundial de artistas que organizam suas próprias mostras, sem galeristas", diz Cláudia Marchetti, uma das artistas-realizadoras da exposição.
"Iniciativas como essa formam um painel cada vez mais perceptível da arte contemporânea brasileira", afirma Tonico Lemos.
(CEM)

Exposição: No Existem Los Límites
Quando: hoje, a partir das 14h. Segunda a sábado, das 14h às 19h. Terça (1º), às 14h, haverá palestra das artistas Ana Maria Tavares e Marianne Heske e dos curadores Per Hovdennak e Lorenzo Mammi. Até 5 de outubro
Onde: antiga Maternidade Condessa Filomena Matarazzo - Hospital Umberto Primo (al. Rio Claro, 190, Cerqueira César)

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