São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996 |
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Para coronel, órgão é "ninho de cobras"
ESTANISLAU MARIA
Uma semana antes da entrevista, Amorim exonerou o administrador de Marabá, Ronaldo Giusti, que negociava com sem-terra que invadiram o prédio do Incra. O ministro Raul Jungmann (Política Fundiária), entretanto, decidiu manter Giusti. Amorim condicionou sua permanência no cargo à demissão de Giusti. O administrador, chamado de "moleque" por Amorim, disse que não iria "baixar ao nível dele". * Agência Folha - A nomeação do sr., um coronel da reserva do Exército, para a superintendência do Pará foi uma estratégia? Amorim - Foi um ato emblemático. Foi uma estratégia para que o movimento da reforma agrária obtivesse um grau de credibilidade perante à opinião pública, com a presença do Exército em algumas superintendências (PA e MT). Agência Folha - Como fica a situação agora? Amorim - Acredito que nossas autoridades do Exército estejam cientes de que, inconscientemente, de boa-fé, jogaram oficiais de suas fileiras num ninho de cobras. Agência Folha - O sr. fica à frente do Incra no Pará? Amorim - Eu só fico se realmente o ministro confirmar a exoneração desse moleque (Giusti). Se não, espero a minha exoneração. Agência Folha - Como o sr. vê as disputas de terra no sul do Pará? Amorim - É uma mistura de interesses políticos, com 'pê' minúsculo. Há interesses de donos de terras desonestos, mais a componente ideológica burra e anacrônica do MST. O grande contingente é de miseráveis usados como massa de manobra por espertalhões e pela direção do movimento. Agência Folha - E a Macaxeira? Amorim - Dentro das 13 fazendas do complexo Macaxeira, há áreas produtivas, mas dinheiro correrá facilmente para as vistorias e a consequente aquisição. É a estratégia ideológica do MST: o dominó da contiguidade das áreas. Se querem uma fazenda, vão querer todo o complexo. Texto Anterior: Ministro afasta superintendente do Incra Próximo Texto: Folha abre inscrição para treinamento Índice |
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