São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996 |
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Maioria aprova FHC, mas rejeita reeleição
CLÓVIS ROSSI
Pesquisa feita pelo Datafolha com 5.000 eleitores de 122 municípios mostra que 46% se opõem ao princípio da reeleição em si e que 16% aceitam a tese, desde que aplicado apenas ao sucessor de FHC. A soma dá, portanto, 62%. A margem de erro da pesquisa é de um ponto percentual para mais ou para menos. São 31% os que concordam com a mudança constitucional para que o atual presidente dispute um segundo mandato. Subiu, de todo modo, o número dos que aceitam esta tese, na comparação com a pesquisa anterior, feita em junho. Eram, então, apenas 25% os que achavam que FHC deveria ter o direito de disputar a reeleição. Mesmo entre os pesquisados que se dizem simpatizantes dos dois principais partidos da coligação governista (PFL e PSDB), o veto à reeleição para FHC é elevado. No caso dos pefelistas, apenas 32% acham que o presidente deve ter o direito de disputar um novo mandato. Opõem-se à reeleição, como princípio, 45% e à reeleição para FHC outros 17%. Entre os peessedebistas, empate: 50% querem mudança constitucional para permitir uma nova eleição de FHC e 49% são contra, divididos entre os que não querem reeleição nunca (34%) e os que querem, mas apenas para o próximo presidente (15%). Quase tudo positivo O resultado da pesquisa, feita no dia 25 passado, parece contraditório com o índice de aprovação de Fernando Henrique. Em quase todos os itens, o presidente tem uma avaliação francamente positiva. É, por exemplo, o que consegue maior porcentagem de ótimo/bom (43%) para o período de um ano e nove meses de gestão entre os três governantes mais recentes. Collor, na mesma altura do mandato, tinha apenas 8% de ótimo/bom e, Itamar Franco, 37%. O qualificativo ótimo/bom para FHC deu um salto em relação à pesquisa sobre ano e meio de governo, em junho, quando apenas 30% o utilizavam. Avaliação positiva semelhante só apareceu em três momentos anteriores: os 42% após nove meses de gestão (setembro de 95), os 41% após um ano (dezembro de 95) e os 40% após seis meses (junho de 95). O único dado negativo é o fato de que os 43% de ótimo/bom ainda são substancialmente inferiores aos 70% que tinham tal expectativa imediatamente antes da posse. A aprovação do presidente é maior no interior do que nas regiões metropolitanas e entre os menos instruídos. São 47% os pesquisados que estudaram apenas até o primeiro grau que consideram o governo ótimo/bom, idêntica porcentagem encontrada entre os eleitores do interior (contra 36% nas regiões metropolitanas). Por nível de renda, há equilíbrio nas diferentes faixas: 43% de ótimo/bom entre os que ganham até 10 mínimos, 40% na faixa entre 10 e 20 mínimos e 41% na de mais de 20 mínimos. A nota do presidente ficou, na média, em 6,2. Pesquisa A pesquisa Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade com sorteio aleatório dos entrevistados. No levantamento realizado entre os dias 18 e 20 de setembro, foram entrevistadas 5.000 pessoas em 122 municípios. Texto Anterior: A greve e o FMI Próximo Texto: Medo do desemprego diminui 15 pontos Índice |
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