São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996
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Para dois bancos, está normal

DA REDAÇÃO

Dois bancos -um de varejo e outro de atacado- confirmam que não está havendo a chamada fuga de aplicações nos Fundos de Investimento Financeiro (FIFs), o que ocorre de forma pesada nas cadernetas de poupança desde o início do ano.
No Bradesco, afirma o diretor Antonio Pavão, o que está ocorrendo é uma queda na taxa de crescimento. Mas o patrimônio líquido do conjunto de seus fundos na última quarta-feira estava ao redor de R$ 11,8 bilhões, podendo fechar o mês em R$ 12 bilhões.
Foram sentidos alguns saques elevados, informa Pavão, porém isolados, segundo ele, provavelmente relacionados a pagamentos de dividendos, remessas ao exterior e pagamento de tributos.
Alexandre Zakia, diretor do BBA Capital, com outro perfil de clientela, diz que a captação nos fundos da instituição está normal.
Ele concorda que até dezembro, com o avanço da rentabilidade relativa da poupança, possam ocorrer mais saques, principalmente nos FIFs de 30 dias, que concorrem mais diretamente com a caderneta, devido ao prazo, e ainda por cima têm compulsório de 5%.
Na realidade, a afirmação de que esteja ou não havendo fuga de aplicações é em si discutível porque o dinheiro não some. Quem compra dólar de cambista, por exemplo, entrega reais em troca, e este dinheiro tende a voltar de alguma forma para o sistema.
O que pode ocorrer é um aumento do consumo, quando o dinheiro tende a girar mais rapidamente.
Fuga de capitais para o exterior e política de crédito também podem influenciar o nível de aplicações.

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