São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Investimento cresce, mas em país rico Total em 96 será de US$ 470 bi ANTONIO CARLOS SEIDL
Agora, a má notícia -pelo menos para as economias emergentes como a brasileira: a maior parte desse investimento, mais de dois terços, irá para negócios nos países desenvolvidos. Essa é a tendência dos investimentos no exterior das cem maiores empresas transnacionais do mundo, segundo análise do embaixador Rubens Ricupero, secretário-geral da Unctad. Segundo a análise, os planos das transnacionais para os próximos anos indicam forte aumento dos investimentos diretos no exterior, impulsionado em parte pela recuperação do crescimento econômico dos países ricos. Ásia Os planos de investimentos futuros das transnacionais privilegiam o aumento de sua presença nos países desenvolvidos. Por trás disso está o alto poder aquisitivo desses mercados e a crescente demanda por produtos de alta sofisticação. As multinacionais baseadas na América do Norte vêem a Europa como o destino mais importante para seus investimentos, principalmente em alta tecnologia e bens de consumo. Igualmente, as multinacionais européias consideram os EUA o país mais interessante para seus investimentos. Os japoneses, contudo, têm preferência pela Ásia. Uma área específica, a modernização da infra-estrutura, atrai o interesse das grandes transnacionais nos países emergentes. O Brasil, diz o estudo, é um dos países que mais pode se beneficiar dessa tendência na esteira da quebra de monopólios e das concessões ao setor privado nas áreas de estradas, portos e distribuição de energia elétrica. Os investimentos transnacionais em infra-estrutura, principalmente no setor de telecomunicações, registraram a média de US$ 7 bilhões por ano desde 1990. A análise da Unctad, que integra o documento "Relatório de Investimentos Mundiais 96", divulgado na última quarta-feira, diz que a expansão espetacular de fusões e aquisições de empresas é um dos principais fatores do crescimento recorde dos investimentos externos das transnacionais em 95. O valor das fusões e incorporações internacionais duplicou entre 88 e 95, atingindo US$ 229 bilhões. Texto Anterior: Para dois bancos, está normal Próximo Texto: Reaprendendo a ler os jornais Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |