São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996
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Miura teve tarefa árdua

OSCAR SCHMIDT
ESPECIAL PARA A FOLHA

Minha família se mudou para Brasília porque meu pai era militar e foi transferido. Aí, meu tio Alonso me levou para treinar no Unidade Vizinhança.
Foi quando eu descobri essa coisa maravilhosa, essa paixão que é o basquete.
O Miura e o Zezão eram os dois técnicos, e o Miura era quem treinava as equipes da minha categoria.
Ele teve a tarefa árdua de me treinar. Foi o Miura quem me ensinou a chutar. Eu arremessava muito torto. Ele corrigiu.
O Miura tinha muita paciência. Era um cara perfeccionista, bem metódico. Mas era uma pessoa maravilhosa.
Ele foi fundamental na minha carreira. Tem uma coisa que não esqueço que é a do menino (eu) que está diante de seu mestre (o Miura). É a maior lembrança que eu guardo dele.
Ele era nosso treinador. Era nosso ídolo. Ele e o Zezão. Parece brincadeira esse negócio de treinar com pedrinha, mas precisava ver como eu levava a sério.
O Miura era jogador do Unidade, e um bom jogador. Passava a bola, quase nunca arremessava. A gente chegou a jogar junto.
Depois que ele sofreu o acidente, fui visitá-lo. Aí, a gente nunca mais se viu. Não calhou de se encontrar. Mas não esqueço dele.

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