São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996
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Franqueados divergem sobre a localização do ponto ideal

Lojas de shopping e rua reúnem vantagens e desvantagens

DA REPORTAGEM LOCAL

Entre os franqueados, a escolha do ponto também é muito pensada. Em uma boa localização, a loja de rua aparece como a melhor opção, apesar de -em muitos casos- apresentar um faturamento menor.
Em shopping, o que conta é o movimento constante.
A franqueada do Café do Ponto, Silvia Aparecida Vieira, 34, tem sua cafeteria na rua e nem cogita mudá-la para um shopping center.
A loja, aberta em 1992, fica na rua Luís Coelho, próxima à avenida Paulista -local com grande concentração de pedestres.
"Preferi a rua porque o trabalho é menos escravizador", afirma. A sua cafeteria abre de segunda a sexta, das 7h30 às 19h.
"Se eu estivesse em um shopping, trabalharia muito mais e teria de cumprir as regras da administração do local."
Silvia paga R$ 1.200 de aluguel, fatura R$ 16 mil e tem uma margem de lucro de 40%.
"Meu faturamento é menor do que o de uma loja de shopping. Mas trabalho menos. Fiz a minha escolha."
Já Alexandre Cravo Colucci, 25, também franqueado do Café do Ponto, decidiu pagar a mais pela segurança que um shopping oferece. Ele tem uma cafeteria no Continental, em São Paulo.
Pelo ponto de 20 m² pagou luvas de R$ 60 mil. Gasta R$ 1.500 por mês de aluguel e R$ 1.000 entre taxas de condomínio e fundo de promoção.
Trabalhando 30 dias por mês, Colucci fatura R$ 30 mil e tem uma margem de lucro de 30%. "Shopping é mais prático e tem garantia de movimento durante todo o dia", acredita o empresário.
Experiência
Donatella Bianco, 63, master-franqueada (quem traz a marca para o Brasil) da gráfica rápida Best Design, pretende começar a instalar lojas na rua. A rede tem 19 franquias, todas em shopping centers.
"Nossas lojas são pequenas, o que não justifica o alto investimento com um ponto em shopping", afirma.
O fato de os lojistas de shopping terem de pagar aluguel dobrado no mês de dezembro também pesou na sua decisão.
"Os shopping centers alegam que as vendas também dobram no Natal, mas o setor de serviços não atinge crescimento tão elevado nessa época."
A próxima loja da rede, que ainda está em projeto, deve ser aberta na alameda Tietê, nos Jardins, em São Paulo. "É uma experiência. Se der certo, vamos partir para a rua de vez."

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