São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 1996 |
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Protesto contra "Bibi" reúne 50 mil
IGOR GIELOW
Foi a maior manifestação pública contra Netanyahu desde que o primeiro-ministro assumiu o governo, há cerca de cem dias. O protesto, ocorrido na noite de anteontem, foi organizado pelo grupo pacifista Paz Agora. Discursaram contra o endurecimento das relações de Israel com os palestinos alguns membros do grupo pacifista, intelectuais israelenses e o ex-prefeito da cidade de Tel Aviv Shlomo Lahat. Entre os manifestantes, faixas lembravam o premiê trabalhista Yitzhak Rabin, promotor do processo de paz entre israelenses e palestinos e que foi assassinado por um militante radical judeu em novembro do ano passado. "Rabin, seu testamento foi a paz", era uma das palavras de ordem no protesto. Algumas faixas diziam: "Queremos a paz, não a guerra", "Só a paz vai acabar com o derramamento de sangue" e "Fechem o túnel". Outros cartazes pediam a renúncia do premiê Netanyahu. Trabalhistas Há também um crescimento das críticas da oposição trabalhista contra Netanyahu. Segundo as edições de ontem dos jornais israelenses, o líder do partido no Knesset (Parlamento de Israel) vai apresentar um voto de desconfiança ao primeiro-ministro na semana que vem. "Em seus cem dias de governo, Netanyahu conseguiu trazer Israel para a era anterior ao acordo entre Menachem Begin e o Egito", disse Raanan Cohen ao jornal "The Jerusalem Post". O jornal referia-se ao primeiro acordo de paz entre israelenses e árabes, firmado no final da década de 70 sob o patrocínio do presidente dos EUA Jimmy Carter. Poucas chances Entre apresentar o voto e aprová-lo, porém, há uma distância hoje intransponível para os oposicionistas em Israel. O Likud, o partido de direita do primeiro-ministro, tem a maioria folgada no Knesset. Netanyahu tem o apoio dos partidos religiosos, justamente os que fazem a maior oposição aos acordos com os palestinos. Também é dada como certa outra vitória do premiê Netanyahu no Parlamento caso seja apresentada uma moção pedindo uma votação sobre a abertura do novo trecho do túnel sob o pé da Esplanada das Mesquitas. Texto Anterior: Israel bombardeia sul do Líbano Próximo Texto: Gorbatchov pede a renúncia de Ieltsin Índice |
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