São Paulo, quinta-feira, 2 de janeiro de 1997 |
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Rebelião deixa 1 morto e 39 feridos Vinte e três menores fogem no Rio CRISTINA RIGITANO
Para forçar a abertura dos alojamentos, os internos incendiaram colchões e roupas de cama. Com queimaduras em 70% do corpo, Cláudio Pereira da Silva, 15, morreu ontem à tarde, no hospital Souza Aguiar, onde foram atendidos outros 28 menores. Os outros feridos -um em estado grave- foram para o hospital do Andaraí. O diretor do Degase (Departamento Geral de Ação Socioeducativa), Ailton Leite, disse que a maioria dos menores teve "apenas intoxicação". Mas a diretora do Souza Aguiar, Maria Emília Amaral, disse que os adolescentes sofreram queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus. "Oito menores tiveram mais de 50% do corpo queimado. É grave. Devem permanecer no hospital por muito tempo", disse ela. A revolta começou às 23h do dia 31 de dezembro. Os menores já tinham jantado e se preparavam para dormir, quando começou o fogo nos alojamentos A e B. Esses alojamentos ficaram destruídos, enquanto os outros dois foram parcialmente danificados. "Os agentes abriram os alojamentos para socorrer os feridos e os outros aproveitaram para fugir", disse o diretor do Degase. Segundo Leite, 15 profissionais davam plantão, embora os menores digam que, à noite, só dois agentes ficam no local. Uma comissão de sindicância, do Degase, vai ouvir a partir de hoje internos e funcionários. "Não acho que a fuga estava planejada. Os alojamentos são revistados. Fósforos e isqueiros não são permitidos, mas não há um total controle, e entram", disse Leite. No Padre Severino, não há regras para a separação de menores por infração. Apesar de a instituição ter capacidade para 150 internos, no dia da rebelião, havia 199 no local, de 12 a 18 anos. Texto Anterior: Mecânicos trocam de ramo Próximo Texto: 3 morrem na primeira chacina de 97 Índice |
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