São Paulo, quinta-feira, 2 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fábrica da Volks desafia modelo sindical

DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

A nova fábrica de caminhões da Volkswagen, inaugurada em novembro de 96 em Resende (RJ), é considerada pela direção da CUT uma ameaça ao atual modelo de representação trabalhista e um alerta de que é preciso mudá-lo.
Tudo por causa do consórcio modular, sistema pioneiro que modifica o processo de fabricação ao trazer para dentro da fábrica os fornecedores da montadora.
Em vez de adquirir os componentes e os montar com pessoal próprio, a Volks optou por alojar cada empresa em um local da fábrica, transferindo a elas a responsabilidade pela produção de sua parte. O custo final seria reduzido, assim, em até 20%.
O resultado é a fragmentação da linha de montagem: dos mil trabalhadores da unidade, apenas 20% pertencem à Volkswagen. O resto está sob responsabilidade de oito fornecedores, o que dificulta a ação sindical.
Terceirização
"O novo sistema radicaliza a terceirização da produção e obriga os trabalhadores a repensarem sua estratégia de atuação", afirma Luís Paulo Bresciani, técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Na opinião de Bresciani, o consórcio modular adotado pela Volks deverá ser expandido, em menor ou maior escala, para outras empresas do país.
"O sindicato orgânico pode ser uma alternativa de reação, ao reunir todos os trabalhadores em uma única entidade", disse.

Texto Anterior: Modelo vigora na Europa
Próximo Texto: "CUT terá mais influência"
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.