São Paulo, quinta-feira, 2 de janeiro de 1997
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Livro é uma homenagem

DA REPORTAGEM LOCAL

Há um desejo que parece perseguir o escritor italiano Antonio Tabucchi. E "Sonhos de Sonhos" é um exemplo refinado dessa perseguição.
Em sua literatura há a vontade, como no poeta francês Arthur Rimbaud, um dos notáveis de seu livro, de ser um outro, viver uma outra vida e estar, sempre, em um outro lugar.
Em "Sonhos" Tabucchi transforma em personagem parte daqueles que mais ama, os companheiros de seu momento de formação, que o ajudaram a moldar a maneira como vê o mundo.
Desfilam então em seu trabalho François Villon, poeta nascido em 1431 e de ano de morte incerto, o pintor Caravaggio (1573-1610), assassino e realizador de telas dramáticas, e o poeta português Fernando Pessoa (1888-1935), obsessão do autor italiano, entre 20 nomes.
Tabucchi tenta imaginar o que sonharam no momento final de suas vidas, ou, na verdade, o que mais sentiram quando realizaram o ajuste de contas com a própria história.
Biografia imaginária em tom de literatura fantástica, "Sonhos de Sonhos" não é a melhor obra de seu autor -em alguns momentos a prosa poética carece de eficácia. Mas consegue seu propósito: a homenagem.

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