São Paulo, quinta-feira, 2 de janeiro de 1997
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Friedman diz que não é louco

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo israelense disse ontem que Noam Friedman, que atirou contra palestinos numa feira de Hebron, tem problemas mentais. O rabino Motti Alon, que foi professor de Friedman por três anos, disse que o rapaz foi expulso da escola de formação religiosa por causa de seus distúrbios.
Oficiais da base de Anatot, perto de Jerusalém, onde o soldado servia, disseram que ele consultava o psicólogo militar.
"Não sou louco nem me arrependo, pois as vítimas são inimigos de Israel", disse Friedman à TV. Diante das câmeras, o soldado sorria, mostrava os punhos cerrados e gritava "Hebron é nossa, agora e para sempre", o slogan dos colonos ortodoxos.
À polícia Friedman contou que, para cometer o atentado, escolheu um lugar onde houvesse tropas israelenses para protegê-lo da reação palestina.
O soldado justificou sua atitude citando a Bíblia. O texto religioso diz que Abraão, patriarca dos judeus, comprou o túmulo de sua família, há 4 mil anos. Os jazigos estariam hoje no lugar chamado "Tumba dos Patriarcas", em Hebron. A cidade e os túmulos, portanto, não poderiam ser entregues aos palestinos, acredita o soldado.
A mãe de Friedman, a professora Riva, disse que a família ficou chocada com o incidente: "Não tenho idéia do que aconteceu com meu filho. A notícia caiu sobre nós como um raio num dia de céu azul".
Riva disse que condena a violência e defende o acordo de paz.

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