São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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Minas se prepara para doenças da chuva

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Segundo o secretário da Saúde de Minas Gerais, José Rafael Guerra, os maiores problemas de saúde devem surgir após a redução do nível dos rios e o fim das enchentes que atingem os municípios mineiros.
"Vamos monitorar agora para evitar um surto de leptospirose, de doenças diarréicas e intestinais. Estamos preparando uma orientação à população principalmente em relação à cloração da água."
A secretaria está recomendado o uso de um mililitro de água sanitária para desinfetar cada litro de água consumida pela população.
A Companhia de Saneamento Básico informou que o abastecimento de água potável no Estado está "praticamente normalizado".
Apenas 12 ou 13 pequenas cidades (a relação não foi divulgada) ainda têm problemas com o abastecimento de água -entre essas está a histórica Sabará, na região metropolitana.
Estradas e trens
A BR-040, que liga BH ao Rio de Janeiro, está em condições precárias em Conselheiro Lafaiete (a 100 km de BH). Há rachaduras na pista e riscos de novos desabamentos.
Para quem viaja de São Paulo para Belo Horizonte, é melhor evitar a BR-381 a partir do trevo de Varginha, no sul do Estado. O motorista deve seguir por Campo Belo e Formiga, o que aumenta a viagem em mais de 200 km.
As chuvas também interromperam a ferrovia Vitória-Minas, administrada pela Companhia Vale do Rio Doce. A empresa informou que não há previsão para que os trens de passageiros e de cargas voltem a circular.
Estado vulnerável
O topografia montanhosa e a concentração de chuvas entre novembro e abril fazem com que Minas seja vulnerável a enchentes durante esse período do ano.
O terreno íngreme permite que as águas escoem mais rapidamente. As nascentes das maiores bacias brasileiras se localizam em Minas, com exceção das do Amazonas e do Tocantins, nas regiões Centro-Oeste e Norte do país.
No Estado, nascem os rios Grande e Paranaíba que, juntos, vão formar o rio Paraná na divisa com São Paulo. Mais da metade da água do São Francisco é colhida de afluentes mineiros.
Somente esses três rios têm uma vazão média, durante o ano, equivalente a pelo menos um quarto do rio Paraná em Foz do Iguaçu. Nesta época do ano, porém, a quantidade de água desses rios pode aumentar quase nove vezes.
Segundo a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), as pequenas barragens, localizadas principalmente na região central do Estado, não possibilitam o controle de enchentes em épocas de chuvas excepcionais como as que vêm se registrando este ano.

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