São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
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Grupo tenta adiar votação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Estava marcado para ontem à noite o lançamento de um movimento contrário à votação da reeleição neste mês, integrado em sua maioria por parlamentares da base governista.
A nova ameaça de obstrução é sustentada pelo Movimento de Consciência Política e Valorização da Atividade Parlamentar, nascido há três meses na Câmara e que reúne 83 deputados, segundo seus organizadores.
Impedir que a reeleição seja votada antes que a Câmara eleja o futuro presidente é o objetivo do movimento, cujo coordenador é o deputado Jair Soares (PFL-RS). A eleição está prevista para 6 de fevereiro.
"Se o governo quiser votar a reeleição agora, vai ter problemas e não terá os votos que pensa que tem", disse o deputado. A contabilidade do grupo coincide com a dos aliados do ex-prefeito Paulo Maluf.
Contrário à possibilidade de FHC disputar um segundo mandato, Soares insiste em que os integrantes do grupo não devem ser convencidos pelo governo a mudar de idéia porque, segundo ele, "não há fisiológicos" no movimento.
Os deputados do grupo fazem parte da lista em que o comando político do governo investe para aprovar a emenda da reeleição. Raros parlamentares do grupo são considerados "casos perdidos" pelo Planalto.
A decisão de tentar adiar a votação para depois do Carnaval seria reafirmada ontem à noite em jantar do grupo na casa do deputado Paulo Lima (PFL-SP).
Também é pefelista o oficialmente nomeado coordenador da obstrução, deputado Ricardo Barros (PR). O PFL é o partido da base governista que promete mais votos favoráveis à reeleição-mais de 90, segundo cálculo do líder Inocêncio Oliveira (PE).
"Não queremos atropelar, mas evitar que a Casa seja um departamento do Palácio do Planalto", disse Barros. Ele aceita votar a favor da reeleição desde que a proposta seja submetida a um plebiscito. Oficialmente, o grupo luta por melhores condições de trabalho na Câmara dos Deputados.

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