São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997 |
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Metalúrgicos fazem greve na Volvo do PR
DEISE LEOBET
É o primeiro movimento grevista dos funcionários da montadora nos últimos dez anos e o terceiro desde que a empresa foi instalada no Paraná, em 1977, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, que representa 35 mil trabalhadores. Com a greve, a montadora deixa de produzir 15 caminhões e 7 ônibus por dia. O sindicato calcula que o prejuízo é de R$ 2 milhões/dia. Cerca de 80% da produção é destinada ao mercado interno e, o restante, exportado para os países da América do Sul. Os metalúrgicos, que até ontem estavam em férias coletivas, reivindicam reajuste salarial de 10,62% de reajuste salarial e um abono de R$ 700,00 para os 1.600 funcionários da empresa. Segundo o presidente do sindicato, Sérgio Butka, a média salarial dos da Volvo é 15% menor que a das montadoras de São Paulo. A diretoria da empresa acusa o sindicato de estar fazendo pressão para que seja feita uma negociação individual com os funcionários. Segundo o diretor de Recursos Humanos, Calos Morassutti, a greve 'pegou de surpresa' a diretoria que vinha negociando os reajustes com os trabalhadores por intermédio dos três sindicatos patronais (Sinfavea, Sindimetal e Sindimaq) desde dezembro. Morassutti afirmou que a Volvo pretende acatar, "na íntegra", a proposta inicial feita pelos sindicatos patronais. A empresa oferece um reajuste de 9% para os trabalhadores que ganham até R$ 800, 7% até R$ 2.000 e um aumento de R$ 140 para quem recebe mais de R$ 2 mil. A empresa se compromete a retroagir o reajuste ao dia 1º de dezembro. A Volvo não cogita por enquanto em demitir grevistas, mas vai descontar os dias parados. Na quinta-feira, os metalúrgicos têm uma reunião com a diretoria do Sinfavea, que representa a Volvo, na Delegacia Regional do Trabalho. A Volvo já ingressou com um pedido na DRT para que a greve seja declarada ilegal. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba acusa a Volvo de tentar esvaziar a assembléia dos funcionários que discutiria a greve, no início da manhã de ontem. O presidente do sindicato, Sérgio Butka, contou que quando a diretoria da montadora soube da aglomeração dos metalúrgicos e determinou que 12 ônibus, que estavam quase chegando ao local, "dessem meia-volta" e levassem os trabalhadores para casa. Texto Anterior: Inadimplência do consumidor cai em 96 Próximo Texto: Governo estuda estímulo para 15 setores Índice |
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